PECADO MORTAL
Honrar pai e mãe é mais que regulamento religioso, é obrigação de qualquer pessoa, claro, pessoa que tenha consciência de responsabilidade. Mas que ninguém se engane ao ponto de dizer que não sabia que certas ações são incorretas, crimes mesmo. Todos temos dentro de nós um “tribunal togado”, esse tribunal é formado pelos atos de consciência inerentes à condição humana. Por estúpida que seja a pessoa, ela sabe o que está fazendo, sabe direitinho.
Mas se digo que honrar pai e mãe é mais que regulamento religioso, digo também que é pecado mortal de parte dos pais desonrar a imagem dos filhos. Essa história implica em consciência e respeito em mão dupla, filhos e pais reciprocamente se devem respeitar.
E digo isso, leitora, leitor, olhando para notícias de jornais que voltaram a falar de um filho do Pelé, o Edinho. Pô, o sujeito nasce com a possibilidade de dar um “carteiraço” nos amigos: – Sou filho do Pelé. Dizer isso implica em elástico orgulho mas também em elevadíssima responsabilidade, o nome do pai não pode ser manchado por má conduta de um filho. E a recíproca é verdadeira.
Imagino o constrangimento do Pelé de saber, e não poder esconder, que seu filho muito amado está preso, condenação de 33 anos por envolvimento com o tráfico de drogas. Um drama. O Edinho deve sofrer duplamente, por ele e pelo pai. E o pai sofre por ser pai e por saber do filho preso. Tudo podia ter sido evitado. Edinho, como filho, tinha que ter pensando no pai antes de dar o chute errado na bola da vida e respingar barro no pai. E essa preocupação deve ser de todos os filhos e de todos os pais, repito.
Somos seres sociais, de relacionamentos, dependemos uns dos outros, mas há certas dependências – certos relacionamentos – que nos algemam a liberdade para fazermos o que quisermos sem respeitar a quem confia em nós ou tem o nosso sobrenome. Pais e filhos têm que honrar-se permanentemente. Fora disso, o “pecado” é mortal…
ELES
De acordo com o Instituto Pew, dos Estados Unidos, os chamados jovens da Geração Y – nascidos após 1981, são quase nada religiosos, o ateísmo galopa entre eles, demoram-se para casar e contam até 10 para ter filhos. Bom, mas pelo que tenho visto por aqui a coisa não é muito diferente. É difícil hoje encontrar um jovem crente, muitos não querem casar, apenas ajuntar-se, e filhos também o mais tarde possível. Fora disso, é descuido ou algum interesse especial para “casar” e ter filhos. E o mundo das informações tirou a máscara das mentiras religiosas. Vida moderna…
FUTURO
Quem não tem poupança, dinheiro no banco, não tem futuro. Os indicadores econômicos dizem que este foi o pior semestre dos últimos tempos nas aplicações da poupança. Muitos retiraram o pouco que tinham. Vejo nisso duas razões: péssimo governo econômico, economia em recuo ou parada, e pessoas sem educação financeira. São daqueles parvos que só economizam quando “sobra”. Ora bolas, nunca vai sobrar. Poupança se faz apertando a cinta, reduzindo gastos bobos, falso consumo de pobres querendo parecer ricos. Vão se lamentar no futuro.
FALTA DIZER
Interessante esta manchete da Folha: – “Dilma teme prejuízo na economia e na eleição”. Diz ainda o jornal que – “Presidenta tenta evitar que frustração com derrota na Copa contamine campanha eleitoral”. Ah, é? E se o Brasil vencesse, não seria a Copa usada como instrumento de anestesia política para a grande massa de ignorantes? O Lula, que trouxe a Copa, que responda. Ou está na moita?
AGARRE O QUE PUDER!
Há um velho ditado que diz que “quem tudo quer, tudo perde”. Gosto dos ditos populares, dos aforismos, dos provérbios porque eles resumem em poucas palavras formidáveis verdades humanas. Dizer que quem tudo quer tudo perde significa dizer que precisamos ter controle sobre nossos impulsos, nossos ímpetos, mais das vezes, irracionais. Consumo, por exemplo. Vivemos confundindo necessidade com desejo.
Almoçar ou jantar todos os dias é necessidade física, mas almoçar ou jantar numa sonhada viagem de férias a Paris não é necessidade, é desejo. A necessidade é imperiosa, já o desejo pode ser deixado de lado. O problema é deixar de lado. A sociedade do consumo nos impõe a felicidade por meio do consumo, consumir é ser… Baita estupidez! O sujeito pode estar debaixo da ponte, sem nada, e ser mais feliz que um ricaço que não sabe mais onde mais pôr o dinheiro…
Essa história do “quem tudo quer, tudo perde” foi objeto de produção de um programa de televisão nos fins da década de 60. Era na TV Tupi, programa para crianças patrocinado pela Manufatura de Brinquedos Estrela. Crianças eram sorteadas e depois chamadas à tevê para participar do “Agarre o que puder”. Era assim: as crianças tinham 30 segundos para correr entre gôndolas de um supermercado de brinquedos. Tudo o que elas pudessem pegar e não deixar cair seria delas, podiam levar para casa.
Acontece que na ânsia de pegar tudo e mais um pouco, esgotavam-se os 30 segundos e a criança ficava apenas com um carrinho de plástico na mão. O resto tinha deixado cair na pressa de pegar o mais possível. Quem tudo queria, quase tudo perdia…
Anos mais tarde, na sociedade do consumo, os estúpidos da vida fazem a mesma coisa: endividam-se querendo ter tudo, acabam sem nada ou com muito pouco. Sobram-lhes as dívidas, e os casamentos desfeitos. Trouxas!
COITADOS
Sim, coitados dos jovens de hoje que andam por aí, perdidos, desorientados, ainda que bem vestidos e em bons colégios. Eles precisam de pais “morais” e só têm pais “materiais”. Carros, celulares, grifes, nefastos intercâmbios, colégios e faculdades caros, tudo do bom e do melhor mas na alma dos jovens o vazio da falta de amor. Pais lacaios confundem dar bens materiais com amor. Confundem ou buscam compensar a falta de amor, de pulso, de regras, de rédea puxada. E isso não seria dureza, seria amor. Só a rédea puxada, o “não”, educa; o mais é covardia, falso amor. Sem o amor da rédea puxada os jovens se desorientam, caem nas drogas, na delinquência, no crime e na infelicidade. Um pai que educa? Por favor, faça-me conhecê-lo, quero dar-lhe um abraço e dizer da minha admiração…
TANSA
Num debate sobre meritocracia em sala de aula, olimpíadas de matemática, português, ciências, essas coisas, uma professora manifestou-se contrária. A tansa disse – na Veja – que “A olimpíada vai discriminar os estudantes e, na minha maneira de ver as coisas, na sala de aula todos são iguais”. Iguais uma ova! Escola que não “discrimina” pelo saber, pelos esforços, pelos estudos do aluno, iguala os desiguais e isso depõe contra os bons. Bons e vagabundos ficam iguais? Essa não, nunca. Aos bons o que de direito merecem, aos vadios “látegos”, que criem vergonha na cara.
FALTA DIZER
É bom que toquemos a campainha da verdade, lá vai, acabei de ouvir: – Seguir o politicamente correto não passa de uma cultura descarada do medo e não uma preocupação com a justiça… Não dizer na cara dos descarados – crianças ou velhos – que estão errados vai deixá-los mais ainda folgados, achando-se os tais. Estou fora!
SER E NÃO SER
Não sei se as “loucuras” que vou dizer agora servem para você ou serão, pelo menos, compreendidas por você. Tanto faz. Todo dia ao ir para o trabalho passo por um prédio que tem uma boa aba para que mendigos durmam sob ela. A vaga está sempre preenchida, lotação esgotada depois das 9 da noite…
Ontem, ao sair para o trabalho dei carona para dois amigos, um e uma… Lá pelas tantas, passamos pelo tal prédio, cuja aba é um bom hotel e lá estava um sujeito bem enrolado em cobertores que a bondade de alguém lhes fez chegar. Ao passar pelo mendigo, murmurei: – “Ali está um sujeito com os poderes que nenhum de nós aqui tem, ou teve coragem de ter”!
Nem pisquei e “ela”, a voz feminina da carona, questionou: – “Não entendi, tu disseste que o mendigo tem um poder que nenhum de nós tem, não entendi”… Tentei explicar.
- Sim, nós vivemos nos queixando de tudo, vivemos nos dizendo sem forças, sem poder, dependendo de salário, de patrão, de mulher, de marido, de autoridades, de leis e de toda sorte de tolices do convívio social. Dizemo-nos sem poder e não nos damos conta de que temos todos os poderes para fazermos da vida o que quisermos, falta-nos o que não faltou ao mendigo: coragem. O mendigo optou por renunciar ao “ser”, trocou-o pelo “não ser”, princípio básico de alguns movimentos filosóficos, religiosos.
E fui indo. – Temos todos os poderes para levantar da cadeira e abandonar o emprego, a gravata, o carro, os conceitos sociais, o status, tudo, até o dinheiro no banco… Temos a liberdade de tirar do nosso pescoço a “gravata” dos compromissos e partirmos para o que nos convém, como nos convém e quando nos convém… Mas ficamos no mesmo lugar choramingando, culpando pessoas e situações. O mendigo optou pelo “não ser” e deve estar feliz, porque ele sabe que se quiser voltar ao “ser” é só sair da cama mais cedo, tomar um banho e dizer-se um igual a nós, isto é, um transtornado… Temos todos os poderes para mandar longe o que nos incomoda, o que nos falta é a coragem de um mendigo para não ter gavetas cheias de entulhos da vida.
Eu não disse que ia dizer “loucuras”. Ou você já tinha me entendido bem antes?
VIDA
Ganhas pouco? Porque queres e te coformas. Quem te proíbe de que teu gerente “interno” cobre mais e melhor pelos teus serviços? Ah, não tens qualificação? E quem te proíbe de estudar e de melhorar a tua performance? Estás sem emprego, tudo muito difícil? Que tal gastar mais sola de sapato batendo em portas e recordando Marcos: 9:23? – “Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê”. Os mendigos pensaram tudo isso e decidiram pela mendicância. Caminho livre, compadres! De queixumes, meus e dos outros, ando até aqui…
PRÁTICA
Você para no farol e vê aqueles rapazes jogando bolinhas para cima e aparando-as na testa. Fácil? Então tente. Tudo fica fácil quando praticamos, quando suamos nos exercícios continuados, daí para a frente vamos produzir admirações, seremos um sucesso. Somos o que fazemos repetidamente. E quanto mais repetirmos, mais habilidades no fazer. É isso. O que falta às pessoas é vontade, persistência; desanimam cedo e ficam pelo caminho. E aí, andas cansado?
FALTA DIZER
Encontrei no shopping um jovem amigo, jornalista. Quase caí para trás. Ele havia comprado dois jornais e ia para casa. Um jornalista, e jovem, comprando dois jornais? Vou ligar para Ratinho, será uma entrevista especial…
PARECE FÁCIL
O assunto não é novo, mas como ele me caiu mais uma vez nas retinas vou dele tratar com você. É o seguinte: um jovem cientista americano de Harvard – Joshua Greene – escreveu um livro chamado Tribos Morais, onde a questão ética humana é a base do tema.
O que me traz ao assunto é uma questão que ele propõe e que já a li em vários artigos e discussões sobre filosofia e ética. A questão proposta, um profundo questionamento sobre decisões pessoais, nos leva ao seguinte exemplo. – “Um trem urbano desgovernado vai atropelar e matar cinco trabalhadores que estão mais adiante, nos trilhos, e você pode mover uma alavanca que desviará a composição para um trilho onde há apenas um trabalhador. A alavanca deve ser acionada”?
A maioria das pessoas responde que a decisão correta é minimizar o dano e acionar a alavanca, assim o número de mortos cairá de cinco para um… É o que diz a maioria.
Negativo, discordo. Vivi muito essa questão, de modo parecido, nos cursos que dei de Oratória. Pessoas me diziam que não se sentiam constrangidas em falar para duas ou três pessoas mas que tremiam sobre os sapatos quando tinham que enfrentar um auditório com 300, 400 pessoas. Eu sempre disse a elas que ninguém, jamais, fala para uma multidão. Falamos para pessoas “individualmente”, pessoas que podem estar ao lado de outras mas que serão sempre pessoas “sozinhas” na vida. A percepção de uma não é a percepção de outra…
No caso de mover a alavanca para salvar cinco vidas e sacrificar uma é a mesma coisa. Serão vidas “individuais”, no caso do grupo de cinco trabalhadores, cada um com sua vida, tão valorosa quanto à vida do trabalhar que estava sozinho nos trilhos.
O pior de tudo, o duro mesmo, é dizer que o ético, no caso, é lavar as mãos como um Pilatos ferroviário. Ou, então, assumir-se homicida. Por que matar “aquele” operário inocente que está sozinho, o que ele fez para ser sacrificado? Mas é difícil isso ser entendido por cabeças comuns…
PROPINAS
Dia destes a tevê mostrou uma ordinária pedindo, exigindo propina para liberar verba para um hospital de crianças, imagine. Foi flagrada e levada não sei para onde. O que sei é que nada lhe aconteceu ou vai acontecer, nada, absolutamente nada. Ela é brasileira, está no Brasil e, por isso, nada lhe vai acontecer. O que tinha que acontecer não aconteceu e agora é tarde: ela tinha que ter sido pegada pelos cabelos e… dançado a chula ali mesmo, com boleadeiras e tudo. É isso o que essa gente merece, na hora, não depois…
MUDANÇAS
Não conheço e nunca vou conhecer um único ser humano que não queira ser diferente em um ou vários aspectos de seu jeito de ser. Nenhum. Acabo de ler um francês dizendo que “Se alguém quiser viver de uma certa maneira, terá que pensar da referida maneira durante um longo período de tempo”. E eu acrescento: sim, pelo resto da vida… Mudar comportamento é a coisa mais fácil do mundo, mudar na cabeça, agora; o problema é manter essa decisão até daqui a 20 minutos. Possível é, mas é impossível…
FALTA DIZER
Ah, Prates, dizendo o que tu dizes aí em cima fica difícil para motivar pessoas a melhorar sua condição de vida! Negativo, leitora. As pessoas podem mudar, sim, mudar o que já tem de bom para melhor. Quem se reforça nas boas virtudes e talentos que já possui, irá longe e mudará seu jeito de ser… Mudará o que já era bom para melhor.
HORÓSCOPO DO DIA
Todas as crenças humanas são absolutamente inúteis, falsas e mais que infantis, são ridículas e psiquiátricas… Todas, sem exceção. Ah, mas a minha religião diz que… Diz o que alguns idiotas inventaram. Tudo invencionice como, por exemplo, os horóscopos. Sem qualquer base “física”, sem qualquer razão para que alguém minimamente “adulto” possa dar crédito aos horóscopos, eles, todavia, continuam por aí, fortes e rijos, alimentando crendices, superstições e correlatos.
Leio, sempre que posso o meu “horóscopo”, claro que não creio, vou em busca, isso sim, de frases que me inspire, fico com as mensagens inventadas que me são passadas; quando dizem coisas boas, ótimo, vou em frente; quando não tão boas, pisco e acendo um cigarro imaginário.
Veja, por exemplo, se o que me foi hoje passado como “presságios” para o meu dia de aquariano também não servem para você e para toda a torcida do Barcelona, veja só, diz assim: – “No decorrer destes dias sua capacidade de realização está reforçada pela Lua, que torna o período bastante fecundo e propício às realizações. Você está em condições de executar suas tarefas com maior objetividade e por esse motivo suas iniciativas tendem ao êxito. Evite atitudes confusas e possessivas no amor”. É isso. Agora me diga, esses “presságios” não servem para qualquer um, do signo que for? Ora, não me amoles, senhor astrólogo!
As religiões fazem a mesma coisa, inventam modas, dogmas, maldições, condenações, isso e mais aquilo para assustar, para trazer na rédea curta os néscios que não sabem pensar. Se a pessoa acreditar num deus, isso é tudo, de mais nada ela precisa. Esse deus será suficientemente capaz de entender a pessoa, perdoá-la e premiá-la devidamente… O resto é causo de galpão. O que dizia o meu horóscopo de aquariano serve para qualquer um em qualquer dia. Ou você acha que alguém possessivo no amor possa se dar bem? Diachos, só não perdi meu tempo porque reforcei minhas “crenças”.
CRIANÇAS
Até que idade alguém hoje é criança? Dois, três anos? É possível que até aos três anos se possa fazer alguma condescendência, talvez… Ouvi um sujeito dizendo – e com ele concordei da cabeça aos sapatos – que não faz mais sentido aquelas recomendações de faixa etária para a indicação de filmes. Aquela história de – “Este filme não é recomendado para menores de 10 anos”. Extrema inocência dos “indicadores”. Hoje em dia as “criancinhas” estão mandando ver no computador com a porta do quarto chaveada e os pais, ingênuos, pensando que elas veem desenhos do Pateta. Patetas são eles, os pais…
ELAS
Numa repartição pública do centro de Florianópolis, a senhora da limpeza colocou no banheiro das mulheres uma cartaz – “Mocinha, aqui não é a sua casa, não coloque papel ou seus absorventes no vaso”. Deu um bafafá e minutos depois o cartaz tinha sido mandado retirar… E as sujas ganham a parada da sujeira e andam por aí, posando de limpinhas e se achando. Cruzes, quem vê cara de fato não vê o “resto”. E essas sujas ainda casam, acham com quem casar. Ah, mas o “bermuda” deve ser parecido, afinal, os semelhantes…
FALTA DIZER
Não suporto gente perdedora. Queres um exemplo? O do imbecil que não admite que um jogador erre um arremesso lateral, cobra eficiência, dedicação, vitórias, tudo. Mas ele mesmo na empresa onde trabalha é um pífio, reage com palavrões quando é chamado a atenção. É, repito, um odioso perdedor, mas quer vencedores no seu time ou na Seleção. Abutre humano!
UM TAPA OU UM BEIJO?
Santo Deus, será mesmo que existe a “atração pela lama”, pelo abismo, como dizem alguns? A história do cotidiano nos mostra pessoas que estavam numa boa e mandaram tudo longe, saíram para aventuras de todo o tipo e perderam o que tinham… Não sei se choram por essas perdas, mas desconfio que no fundo da alma estão felizes. O sentimento de culpa, o sentimento de não merecimento, o sentimento de menos-valia leva de fato muitas pessoas à destruição, às doenças de origem emocional e até ao suicídio… Parece que isso é incontestável na condição humana. Já falei aqui dia destes que o simples fato de vivermos esperando alguma coisa para o amanhã, sempre pensando no amanhã, desmente o nosso desejo de vida longa. Afinal, o dia de amanhã nos encurta o caminho para o fim, tínhamos que desejar era a volta ao passado…
Digo tudo isso, leitora, com os olhos fincados numa manchete, manchete que envolve um personagem de novela e as mulheres, as telespectadoras. A manchete diz que o ator Fulano de Tal, omito-lhe o nome, faz atualmente uma novela em que ele é vilão, bate na mulher, é cafajeste, trai a mulher, é, enfim, um pilantrão de marca maior. Sabes o que mais, leitora? Ele é o preferido delas, das telespectadoras, o sujeito vive assediado por elas na rua… Pode isso? Pode. Deve ser a tal atração pelo abismo, pela lata de lixo da vida.
Nada contra o ator, a questão é o papel que ele interpreta. O mau-caráter é suspirado pelas mulheres? Que mulheres? Qual é o problema delas com a vida? Desde quando um tapa, uma desfeita é melhor que um afago, que um beijo?
Não é a primeira vez que leio sobre vilões sendo os preferidos da audiência, sacrossanto, o que é isso? Bom, se é assim, aconselho aos candidatos homens que sejam patifes, elas – maioria eleitoral – o vão eleger? Será? Elas que de desmintam…
HUMOR
Já passaste os olhos aí por cima? Então, vai ficar mais clara a “piada” a seguir. O notável jornalista, dramaturgo e até “humorista” Nelson Rodrigues, de uma feita escreveu um livro cujo título era: “Elas gostam de apanhar, as neuróticas reagem”. A piada estava exatamente nessa questão de dizer que as mulheres “comuns”, as “saudáveis”, parece não reclamar dos maus-tratos, das surras. Já as neuróticas, as “loucas”, reagem, não aceitam. É ou não é uma piada? Com a palavra as mulheres.
ELE
Na novela – Em Família – o personagem Laerte vive “apertando” o braço da namorada, Luiza. A tia dela, Clara, costuma chamar a atenção da sobrinha sobre a violência do noivo. Não adianta, Luiza (Bruna Marquezine) se defende dizendo que “ele é assim mesmo, mas que não é violento”… É o que as idiotas da vida dizem dos vagabundos que as surram, ameaçam e, por fim, as matam. Em vez de mandá-los aos quintos – ficam com eles, esperam que se eduquem e melhorem. Que estúpidas. Novela não inventa, retrata…
FALTA DIZER
Não tem cabimento. Segundo o Mapa da Violência no Brasil, Santa Catarina só “perde” para o Rio Grande do Sul em número de suicídios. Ué, não é um Estado religioso, de gente beata, que vai à igreja, que faz o sinal da cruz? Fique claro, o suicídio só se “justifica” diante de um grave transtorno emocional que tire a pessoa dos eixos da razão. Fora disso, em maioria, é mau-caratismo, vingança contra alguém, é querer deixar pessoas sofrendo para que se sintam culpadas. É, enfim, mau-caráter mesmo. Mas que fique claro, os verdadeiros “religiosos” não se matam…
NÃO ACREDITO!
Tenho diante de mim duas manchetes, jornais diferentes, pontos em comum: a incorrigível conduta humana. Você entende quando digo “incorrigível”, quero dizer o que não pode ser corrigido, e nunca o será. O ser humano nasce como nasce e vai morrer como nasceu. As diferenças que irão aparecer do berço à sepultura, os crescimentos, os aperfeiçoamentos morais, tudo, só vai crescer e melhorar diante das potencialidades trazidas do ventre materno. Potencialidades são possibilidades que adormecem dentro de nós, que ficam a espera de um estímulo e momento adequados para surgir em nossas vidas. Vou ser mais claro: quem nasceu para o bem, bom será; quem nasceu para o mal, vai morrer mau. Quem duvidar vai pagar caro por isso.
A primeira manchete das duas a que me referi diz assim: – “O mundo ainda tem salvação”. Trata de pessoas que acharam objetos valiosos na rua e fizeram grande esforço para saber a quem pertenciam e devolver os objetos. Pessoas honestas. O artigo dizia que nossa esperança de um mundo bom, melhor, pode-se alicerçar sobre esse tipo de gente, os honestos que ainda existem. Concordo, mas são tão raros que minha esperança é a mesma de eu ganhar sozinho a Megassena.
A outra manchete dizia que – “Polícia identifica mãe de bebê abandonada”. Mais uma daquelas histórias de ordinárias que fazem um filho e os abandonam na rua, na rodoviária, numa lixeira qualquer ao nascer…
O que quero dizer é que o honesto nasceu honesto, mesmo que seja fustigado por circunstâncias adversas, quem nasceu para o bem será um bom ao longo da vida. E quem nasceu para não prestar, como essa ordinária que soube fazer o filho e depois jogá-lo na rua, não tem jeito, nunca terá. Não acredito em mudança de rumo no caráter humano, não acredito. A sociedade faz a sua parte na educação infantil mas essa parte não é mais forte que os “genes” do mal que um safado traz do berço; do mesmo modo que quem traz os “genes” do bem ao nascer com eles morrerá… Sendo assim, aos bons, reconhecimentos, elogios e beijos; aos maus, ferro, muito ferro. Ou bem mais que isso…
ELAS
Muitas mulheres são incorrigíveis, parece que nunca vão aprender. Acabo de ver uma foto de um constrangimento por que tem passado uma famosa atriz de Hollywood. Ela era casada com um sujeito, também ator, que provoca suspiros nas mulheres, na maioria delas, um Zorro da vida… Essa atriz, num dia de furor amoroso, mandou tatuar o nome do abobado no pescoço. O casamento “romântico” dela acabou e ela anda agora dando voltas com golas e mantas para tapar a infeliz tatuagem do pescoço. Quando é que as otárias vão se dar conta de que não se deve sujar o corpo com desenhos e, pior de tudo, com nomes de bermudões? Não se respeitam? Então, que as levianas paguem!
LOUCOS
Representantes de 77 nações em desenvolvimento do mundo reuniram-se, dia destes, na Colômbia. E decidiram, levianamente, dar fim à pobreza mundial até o ano de 2030. Devem ter bebido… Pobreza é uma circunstância pessoal, uma adversidade que pode e deve ser vencida pelas pessoas individualmente. Ademais, quem nasce com o bicho preguiça no sangue, vagabundo nato e hereditário, não tem cura. Como é que se extingue esse “bicho” da Terra? Nunca, por nada.
FALTA DIZER
Dia destes, eu perguntei aqui se a mulher é burra ou ingênua se ao casar opta por ficar em casa… Duas colegas discordaram. Cedo ou tarde elas vão ficar na mão. E dirão a si mesmas: como fui burra! Acordem, ingênuas! Só ingênuas?…